A posse do reitor foi marcada por um profundo elitismo, destoando completamente da realidade do país e da universidade. Uma cerimônia marcada por trajes finos e coquetel de luxo, enquanto a universidade agoniza em uma grave crise financeira e está com sua autonomia e gratuidade ameaçadas.
Os servidores em greve, com camisas em defesa das 30 horas, espalharam banners pelos jardins do prédio da Reitoria para denunciar as falsas promessas de campanha e o estelionato eleitoral do reitor empossado. Os grevistas adentraram ao prédio com palavras de ordem como "o seu reitor, você mentiu, prometeu as 30 horas e não cumpriu", "reitor, que papelão sem 30 horas não ganhava a eleição" e "reitor, cara de pau, cometeu estelionato eleitoral".
Conselheiros do Comando de Greve são impedidos de entrar no local da posse
Os conselheiros Pedro Rosa, Luiz Carlos Vieira e Marcia Carvalho, que participam do Comando de Greve, foram impedidos de entrar no local da posse. A alegação da segurança é que eles não estavam vestidos com o traje de gala, portanto inadequados a ingressar na cerimônia.
O SINTUFF não teve sua fala garantida, como seria de praxe. Uma péssima postura dado o delicado momento político do país, que requer unidade frente aos ataques em curso. O processo democrático de eleição para reitor está sob forte risco. A ANDIFES (reitores) tem se articulado com ANDES-SN (docentes), UNE (estudantes) e FASUBRA (técnico-administrativos) para articular a defesa da democracia e da universidade pública. A postura do reitor tem sido na contramão dessa importante movimentação.
O modelo aristocrático do cerimonial e o comportamento oligárquico da reitoria e de seus apoiadores já demonstram plena falta de sintonia com a realidade do país e da UFF.
Servidor é agredido verbalmente e fisicamente
Durante o protesto, um casal que transitava pelos corredores do Centro de Artes UFF provocou os servidores em greve os chamando de "desocupados". Em seguida, o homem agrediu com um soco um dos servidores que participavam do protesto. Houve princípio de confusão logo apartado pelos seguranças. Trata-se de uma agressão covarde, gratuita e injustificada, típica de aduladores dos poderosos, para os quais o trabalhador deve se calar e jamais protestar por seus direitos.
Foto: Zulmair Rocha