As mulheres foram às ruas pelo Brasil e pelo mundo no dia 8 de março. Mais uma vez as mulheres se colocam como protagonistas na luta contra a retirada de direitos, contra o feminicídio, contra a reforma da previdência, por salário iguais, pelos direitos reprodutivos e exigindo justiça por Marielle Franco. O Brasil é o 5º país com maior número de feminicídios, sendo 71% das mulheres que morrem negras. O país em 1º lugar entre os países que mais matam mulheres, transexuais e travestis. Além disso, as mulheres são grande parte da massa atingida pelo desemprego no país, recebem salários inferiores, além de cumprir duplas ou triplas jornadas de trabalho. Esses dados refletem o descaso dos governos com a vida das mulheres. Faltam políticas públicas de combate à violência machista, assim como falta o desenvolvimento de uma educação não-sexista nas escolas. Para além desse histórico, o governo Bolsonaro e sua ministra Damares Alves, são assumidamente machistas, o que interfere diretamente nos problemas já vividos pelas mulheres no país. Mas este 8 de março, com milhares de mulheres nas ruas, mostra que a batalha vai seguir e que Bolsonaro não terá sossego. Cerca de 30 mil pessoas foram às ruas do Rio de Janeiro, com palavras de ordem e cartazes contra o governo Bolsonaro e sua ministra fundamentalista. Foi um espetacular recado aos governos e às suas políticas de mais exploração e opressão contra a mulher. Para quem duvida da força da luta feminista, tem que ser lembrado que em 2015 as mulheres foram às ruas contra Eduardo Cunha e seu Projeto de Lei 5069, que proibia o profissional de saúde de medicar a vitima de estupro com a pílula do dia seguinte. Essa luta ganhou força e levou Cunha à derrota e posterior queda. Em 2016, contra Temer, “nem recatada e nem do lar”, a mulherada esteve na rua para lutar. Em 2017, contra a reforma da Previdência em 8 e 15 de março e na greve geral de abril, as mulheres saíram na frente . Em 2018, mulheres do Brasil inteiro ocuparam ruas e praças no #EleNão contra o Bolsonaro . Em todas essas manifestações ao longo dos últimos anos e também em 2019, a delegação do SINTUFF esteve presente e forte. E voltou mais fortalecida para envolver mais e mais companheira da categoria e continuar nas lutas gerais. É preciso destacar todos os dias que a cada ataque contra a classe trabalhadora a mulher é sempre a mais atingida. Seja na reforma da previdência, nas ameaças à licença-maternidade ou na ameaça às 30 horas dentro da UFF. As mulheres vivem sob permanente risco de serem assediadas moralmente e sexualmente. Mas em resposta estão mostrando ao mundo que não dá para ficar em silêncio frente às estatísticas absurdas das diversas violências contra a mulher. Dia 14 tem um novo desafio em memória de um ano do assassinato de Marielle.
Foto: Zulmair Rocha