A reitoria tentou transformar a Audiência Pública em um palanque de sua tese jurídica sobre o tema das 30 horas. Primeiro, montou uma mesa unilateral, antidemocrática, sem a presença de nenhum servidor técnico-administrativo e apenas com convidados escolhidos pela reitoria. Além disso, marcou a Audiência para um dos menores auditórios da UFF, talvez imaginando que, após tantos ataques, a categoria tivesse arrefecido seu ânimo em defesa das 30 horas. Mas se enganou. O espaço ficou superlotado e completamente insalubre para realização de um debate tão relevante. Contudo, não satisfeita, a reitoria manobrou para inverter dinâmica da Audiência, de forma que o sindicato falasse primeiro para a reitoria falar a seguir. Dessa forma a administração da UFF e seus convidados passaram a ter uma sequência de falas para rebater o sindicato sem réplica. Mesmo com todo tempo do mundo, a reitoria e seus convidados fracassaram rotundamente em convencer a categoria da suposta ilegalidade das 30 horas para todos. O que veio a seguir foi uma sequência de falas do público, com uma chuva de questionamentos que os representantes da mesa, do alto escalão do poder judiciário e da gestão pública, foram absolutamente incapazes de responder. Os servidores saíram da Audiência ainda mais convencidos do estelionato eleitoral do reitor, da falta de imparcialidade dos órgãos de controle, assim como da completa inconsistência das teses jurídicas produzidas por gestão e procuradores da UFF, o que se expressou nas diversas falas e manifestações do público.
Foto: Zulmair Rocha