Foto: Reprodução de internet.
Apesar da posse do atual reitor Antonio Claudio ter ocorrido em 30 de novembro de 2018 e a UFF ter até 30 de setembro para enviar o nome eleito para ser nomeado, o processo da disputa já está acirrada na UFF. E o pior, todas as atitudes do reitor e seus aliados mostram uma clara intenção de não ocorrer um processo democrático, transparente em que a comunidade universitária possa avaliar qual o melhor candidato para estar à frente da UFF nos próximos 4 anos.
No último conselho universitário (CUV) o reitor tentou impor que se votasse uma comissão eleitoral sem o tema estar na pauta. Após muita polêmica, as propostas foram remetidas às câmaras. Uma proposta defendida pelos aliados do reitor, de que a Associação Fluminense de Letras coordenasse a eleição. A outra, defendida por vários segmentos da oposição ao gabinete, que o processo fosse coordenado por uma comissão indicada pelo SINTUFF, ADUFF e DCE, ou uma dessas entidades.
Nesta quinta, 10/2, foi convocada reunião unificada de todas as câmaras para discutir as propostas. Algumas questões estranhas aconteceram. A reunião foi às 17h, quando normalmente é às 10h. Na hora da reunião já tinham dois pareceres que supostamente haviam sido elaborados na Câmara de Legislação e Normas. Mas, pra quem não sabe, os parece`ristas são eleitos em reunião das câmaras, o que não ocorreu.
Durante a reunião, o professor Reinier, da Geociência, histórico aliado do reitor, fez um parecer sobre a proposta 2, a que propunha que as entidades conduzissem a eleição. Pasmem, o parecer não estava escrito, foi apenas verbalizado e na sua fala, que deveria apenas afirmar se a proposta atendia ou não as normas eleitorais, ele inventou uma interpretação que era ilegal a condução pelas entidades SINTUFF, ADUFF e DCE, sem citar qual norma estava sendo desrespeitada. Deveria ter explicado porque em várias outras universidades quem conduz as eleições para reitor são as entidades estudantis e sindicais. Atitudes como essas levantam suspeitas das boas intenções de uma eleição democrática.
Eleição às pressas para ninguém debater
Porém, além do método burocrático e suspeito de decidir quem conduzirá a eleição, o mais grave é a explícita intenção de fazer uma eleição apressada. Tanto os aliados do reitor na reunião das câmaras, como o próprio reitor Antônio Claudio disse na audiência com o SINTUFF, que seria necessário fazer uma eleição rápida, em abril.
Qualquer pessoa bem intencionada e que defende um processo de escolha democrático sabe que isso é um golpe.
Vejam, a UFF tem data para retorno ao trabalho e aula presencial a partir de 28 de março. O reitor propôs eleição em abril. Após dois anos de pandemia, longe da UFF, um retorno repleto de dúvidas, com possíveis problemas graves que não se resolverão nas primeiras semanas. Ou seja, ninguém terá a menor condição de discutir quais as candidaturas e propostas são as melhores. Discutir com quase 50 mil alunos, milhares de docentes e técnicos, numa universidade multi campi, é uma prova que um grave golpe à democracia interna da UFF está preparado.
Não podemos aceitar essas práticas anti-democráticas em nenhum processo eleitoral, principalmente na eleição para reitor.
Um CUV extraordinário será feito nesta quarta 16/02, estranhamente à tarde, às 14h, para decidir todo esse processo.
Esperamos que a UFF, desta vez, não expresse a postura política comum em nosso país, onde a regra das eleições é feita para favorecer quem está no poder e impedir o livre direito de escolha.
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