Pela primeira vez na atual gestão do reitor Antonio Claudio da Nóbrega, que já dura seis anos, haverá uma audiência envolvendo reitoria, sindicato e aposentados(as) para tratar do tema do reposicionamento. A reunião será no dia 8 de outubro, 14 horas, no 3º andar do prédio da Reitoria. Esta audiência foi resultado de muita pressão, comoção e repercussão negativa pela forma desumana como a reitoria tratou esse assunto desde a gestão Sidney Mello até os mandatos de Antonio Claudio. O SINTUFF convoca aposentados(as) e pensionistas a comparecerem em peso à Reitoria na data da audiência para pressionar o reitor e levar esta causa ao conhecimento de toda a comunidade universitária.
Um breve histórico
O reposicionamento, aprovado em 2008 pelo Conselho Universitário (CUV), garantiu correções em distorções salariais no plano de carreira para mais de 1.200 aposentados a partir de 2009. Passados quinze anos, a atual reitoria concluiu o seu objetivo político de efetuar os cortes salariais decorrentes da retirada dessa conquista. Para cumprir essa meta desumana, o então reitor Sidney Mello cancelou numa canetada a decisão aprovada em 2008, provocou os órgãos de controle e incitou um processo administrativo que chegou ao Ministério da Educação (MEC) contra os conselheiros docentes que aprovaram a medida. Antonio Claudio deu continuidade a esse cruel processo, tentou promover os cortes já em 2020 ao obstruir o direito à defesa dos aposentados(as) no processo administrativo e não respeitou o fim do prazo decadencial, que garantiria aos(às) servidores(as) a manutenção do benefício.
A postura da reitoria varia conforme seus interesses políticos
A mesma obstinação da reitoria não se observa em relação a interesses particulares de docentes que utilizam o espaço da universidade para serem remunerados por cursos pagos, que por decisão plebiscitária já deveriam estar extintos. A UFF e sua Procuradoria atuaram de forma ativa e obstinada para manter as bolsas, mesmo diante de decisão judicial apontando que a UFF utilizava a Fundação Euclides da Cunha (FEC) para gerir ilegalmente a receita desses cursos e remunerar os professores.
Reitoria e procuradoria são extremamente rigorosos e parciais quando se trata da vida de centenas de aposentados idosos, que dedicaram décadas de suas vidas à construção dessa universidade por conta de um benefício justo, consolidado e sem qualquer decisão judicial em contrário. Mas quando se trata de interesses particulares e cursos pagos em plena universidade pública, reitoria e procuradoria não hesitam em ir às últimas consequência, utilizar toda expertise jurídica e esgotar todos recursos na defesa de interesses financeiros e de um grupo específico de docentes que compõem a base de sustentação do reitor e se beneficiam diretamente desses cursos, apesar da decisão oficial contrária, contundente e histórica da comunidade universitária. Até quando?
Luta nacional pelo reposicionamento
Paralelamente à pressão na UFF, o SINTUFF está atuando junto à FASUBRA para que o tema do reposicionamento seja incluído na minuta do Projeto de Lei decorrente do acordo de greve. A mobilização é para que o Grupo de Trabalho (GT) sobre essa pauta saia do papel, o acordo seja cumprido e o reposicionamento tenha sua plena legalidade reconhecida já a partir de 2025 no Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE), afinal o próprio governo nas mesas de negociação foi obrigado a reconhecer se tratar da correção de uma injustiça.
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