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Foto do escritorSINTUFF

Após dois óbitos no HUAP, reitoria quer expor servidores da Perícia durante pico da pandemia


A pandemia de coronavírus se aproxima de seus dias mais dramáticos no país. O Brasil já apresenta centenas de mortes diárias. O ritmo do contágio se acelera enquanto os demais países veem os números reduzirem. É nesse cenário que a reitoria pretende retirar trabalhadores Divisão de Perícia em Saúde (DPS) do trabalho remoto.

Os servidores da DPS foram avisados através de e-mails e mensagens de Whatsapp sobre iminente convocação para retorno às atividades presenciais, na qual atenderiam prioritariamente servidores do Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP), inclusive já constando a escala de trabalho. Esse chamado ocorre poucos dias após o HUAP registrar dois óbitos entre seu quadro de funcionários, em um ambiente onde não há testagem em massa dos servidores.

Além de expor os trabalhadores do HUAP, com falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), de testes e na ausência de liberação dos servidores mais vulneráveis, a reitoria ainda tem por desejo colocar os servidores da Divisão de Perícia em contato direto com os funcionários do hospital, quando esse atendimento pode ser feito de forma telepresencial. É uma completa irresponsabilidade!

Um conselho composto por cerca de dez profissionais renomados de Saúde entregou ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, uma carta em que pedem o lockdown no estado “para ontem”. É nesse momento grave que a reitoria aprofunda seu negacionismo e faz coro com Bolsonaro, operando de forma inconsequente mais uma sabotagem contra o isolamento social.

Por que a reitoria usa avisos extraoficiais?

Os servidores da Divisão de Perícia receberam, na noite de 4/5, intimação de comparecimento para retorno das atividades do setor na quinta-feira (7/5). A base legal informada é um ofício da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEPE), um documento não publicado nos veículos oficiais e sem assinatura original ou eletrônica. Mais uma vez a gestão da UFF produz ordens de sabotagem da quarentena, de forma obscura, através de meios ocultos à comunidade universitária, por fora do Boletim de Serviço da universidade.

Até o INSS está em trabalho remoto

Os servidores buscaram ainda informações sobre unidades do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS) em outras universidades e elas encontram-se com suas Divisões de Perícia em suspensão das atividades presenciais. Esse dado somente reforça a desnecessidade e, talvez, a busca de interesses que destoam do interesse público e dos princípios da boa gestão. Nesse período de agravamento da pandemia, nem mesmo a perícia do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) está funcionando presencialmente, tendo atendimento remoto estendido até 22 de maio. Fica a indagação se a reitoria acredita realmente que o funcionamento presencial do DPS da UFF é mais essencial que o do INSS. E qual a real motivação em retirar os servidores da Perícia do isolamento social justamente no pico da pandemia. Servidores da DPS relatam que esses e outros questionamentos foram feitos às chefias, que se resumem a dizer que as respostas não são da sua alçada e que se não respondem é por esse motivo.

Diante do agravamento da crise sanitária, do completo descabimento em colocar servidores da Divisão de Perícia e do HUAP em contato direto uns com os outros e da forma obscura com a qual a gestão ordena o retorno dos servidores da Perícia às atividades presenciais, o SINTUFF exige a anulação deste ofício emitido de forma extraoficial. A reitoria precisa refletir sobre as perdas humanas ocorridas no HUAP no último fim de semana, agir com transparência, com diálogo e através dos meios oficiais, e parar imediatamente de ser irresponsável com a vida de seus servidores.

SINTUFF envia requerimento administrativo à PROGEPE

O Departamento Jurídico do SINTUFF entrou com requerimento administrativo junto à UFF cobrando responsabilidade dos gestores para com a vida dos trabalhadores. Num momento em que é absolutamente viável exercer esse atendimento de forma telepresencial, é absolutamente inadequado e perigoso expor os servidores desta forma, desnecessariamente. Se algum servidor vier a adoecer gravemente ou a óbito por fazer presencialmente um serviço que poderia ser feito de forma telepresencial, os gestores da UFF serão responsabilizados por essa medida temerária. O documento enviado pelo sindicato requer da reitoria:

i) imediata anulação de qualquer chamamento ao retorno presencial de atividades cuja natureza, ainda que essencial, permita sua realização de forma remota, por questão de responsabilidade com a saúde coletiva e individual diante da Pandemia pelo COVID-19;

ii) a apresentação justificada da necessidade retorno da parcela da atividade pericial;

iii) a apresentação do respectivo plano de trabalho, bem como o fornecimento, pela gestão, de insumos e materiais para a realização telepresencial da parcela de atividade estritamente fundamental da perícia médica;

iv) que todo e qualquer ato da administração seja devidamente publicitado nos meios oficiais.

Confira a íntegra do requerimento enviado pelo Departamento Jurídico do SINTUFF. Clique aqui

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