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Boas-vindas de Lula a Motta e Alcolumbre é sinal de alerta para a classe trabalhadora

Foto do escritor: SINTUFFSINTUFF

Atualizado: 10 de fev.

Presidentes de Senado e Câmara foram eleitos com apoio mútuo do PT e do PL de Bolsonaro

Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O presidente Lula (PT) recebeu no Palácio do Planalto, no dia 3 de fevereiro, os recém-eleitos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), ambos representantes do Centrão e de setores da direita brasileira. Ambos receberam o apoio mútuo do PT e do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, para a presidência das casas legislativas. Durante a declaração à imprensa, Lula afirmou ser "amigo" dos dois e garantiu que "não terão problema na relação" com o Executivo. Além disso, destacou que o sucesso da gestão de ambos à frente do Congresso será também o êxito do governo e do país.


Essa movimentação política evidencia uma aliança que compromete os interesses da grande maioria da população. Durante esses dois anos de mandato, os apoiadores do governo frequentemente atribuem ao Congresso a responsabilidade por pautas prejudiciais ao povo trabalhador e aos mais pobres. No entanto, a expressiva unanimidade na eleição dos novos presidentes das casas legislativas, acompanhada da saudação de Lula, revela uma sintonia significativa entre o Executivo e esse mesmo Congresso em questões centrais que impactam negativamente a classe trabalhadora. Em mais de dois anos de governo, diversos projetos que afetam diretamente os direitos dos(as) trabalhadores(as) e o serviço público foram aprovados com o apoio da base governista, consolidando um cenário em que ajustes fiscais e reformas impõem sacrifícios sempre aos mesmos setores da sociedade.


A recente aprovação do arcabouço fiscal, que limita investimentos públicos e viabiliza a reforma administrativa em estados e municípios, representa um ataque direto aos serviços públicos e aos(às) servidores. Da mesma forma, medidas como a redução do aumento real do salário mínimo, cortes no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e no Bolsa Família, além do enxugamento do abono salarial, refletem uma política econômica conduzida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que mantém os pilares neoliberais e favorece o sistema financeiro, enriquecendo banqueiros e especuladores em detrimento das necessidades sociais.


A omissão do governo em questões essenciais, como o fim da escala 6x1, demonstra a falta de iniciativa para corrigir distorções históricas que penalizam a classe trabalhadora. Além disso, os sucessivos empecilhos impostos para o cumprimento do acordo de greve firmado com os técnico-administrativos em educação reforçam o descaso do governo com compromissos assumidos com suas principais bases de apoio nas últimas eleições, quando as categorias do serviço público votaram em peso no presidente Lula.


É fundamental lembrar que a situação política do país é marcada pela forte pressão da extrema-direita, que, mesmo após a derrota eleitoral de Bolsonaro, mantém forte influência no Congresso, em governos estaduais, prefeituras e entre setores massivos da população. O bolsonarismo, aliado ao Centrão, continua sendo um obstáculo à ampliação de direitos e ao fortalecimento das políticas sociais. No entanto, o governo Lula, ao priorizar acordos com esses setores em nome da governabilidade, contribui para a manutenção desse modelo excludente, no qual o ônus recai sempre sobre os(as) trabalhadores(as) e os mais pobres.


O Congresso seguirá legislando em favor dos interesses do empresariado, dos banqueiros e do agronegócio, e a população trabalhadora não pode e não deve depositar ilusões em um governo que, apesar do discurso progressista, tem adotado medidas que prejudicam centralmente os setores da população que lhe prestam apoio.


O SINTUFF permanece firme na defesa enfática dos direitos das categorias, do povo pobre e da preservação dos serviços públicos. Diante dos desafios impostos, é necessário fortalecer a mobilização e a articulação coletiva para impedir retrocessos e garantir que as conquistas históricas não sejam desmontadas em nome de interesses alheios à maioria da população.

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