A crise econômica se abate gravemente nos lares da população brasileira. A disparada dos preços de produtos e serviços essenciais à população corrói os já arrochados salários da classe trabalhadora. Segue em curso um processo contínuo de alta dos preços dos combustíveis, da energia elétrica, dos alimentos, do gás de cozinha, entre vários outros itens.
Há localidades no país onde o litro da gasolina já ultrapassou a casa dos R$ 10, apresentando até outrora inéditos dois dígitos. O preço do café, produto tradicional do consumo familiar, subiu mais de 50% nos últimos 12 meses, tendo como principal motivador desse aumento as secas. O preço do gás de cozinha disparou e um botijão já é vendido a R$ 160, reflexo do último reajuste de 16,1% anunciado pela Petrobras.
A energia elétrica aumentou mais do que o dobro da inflação nos últimos anos. O fim da bandeira de escassez hídrica, que aumentava a conta de luz em R$ 14,20/100 kWh, não terá efeito em reduzir as tarifas para a população, já que será aplicado mais um reajuste acima da inflação. O aumento das tarifas de energia para consumidores de baixa tensão da ENEL, empresa privada que cobre a região de Niterói e São Gonçalo, ficou em 17,39%. Para efeito de comparação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado nos últimos 12 meses é de 10,54%.
A crise hídrica, que gera aumento dos preços da energia elétrica, do café, de legumes, verduras e frutas, é resultado direto da política ambiental criminosa de Bolsonaro. O governo desmantelou a fiscalização ambiental no país, cuja consequência é um acelerado processo de destruição das florestas e a escassez de chuvas. O resultado dos crimes ambientais cometidos pelo governo se reflete também na alta dos preços de produtos e serviços essenciais à população.
Enquanto a inflação corrói a renda mensal, os servidores técnico-administrativos das universidades amargam congelamento dos salários há mais de cinco anos. Só nos últimos doze meses, a inflação atinge a casa dos 10,54%, percentual que se soma ao acúmulo de perdas salariais registradas nos anos anteriores.
Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes e o modelo econômico por eles implantado de ajuste fiscal, contrarreformas de estado e privatizações são os principais culpados pela inflação galopante, pelas perdas salariais e pelo desemprego que mergulham a população trabalhadora em uma grave crise social.
Perdas salariais pela inflação provocam greves pelo país
A alta dos preços e consequentes perdas salariais provocam reações em diversas categorias. Em Minas Gerais, profissionais da rede estadual de educação deflagraram greve no dia 9/3. Na capital, Belo Horizonte, a educação municipal também está em greve. Em Recife (PE), a greve da educação municipal durou onze dias e resultou em um reajuste de 33,24%, elevando o salário da categoria a um valor acima do piso nacional. Em Teresina, rodoviários e profissionais da educação deflagraram greve. Entre as categorias do serviço público federal, os servidores do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) deflagraram greve no dia 23/3.
As greves tendem a ganhar mais força a partir de um processo de unificação destes movimentos de paralisação. É necessário que as centrais, federações e entidades sindicais impulsionem de imediato uma jornada nacional de luta por reajuste emergencial no salário, buscando incentivar outras categorias a unificar suas lutas com as greves já em curso.
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