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Carta aberta à população sobre a greve no HUAP

Atualizado: 1 de abr.

Nós, servidores da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP), unidade de saúde vinculada à UFF, entramos em greve juntamente a servidores de outras 60 universidades e institutos. Nos últimos oito anos amargamos mais de 53% de perdas salariais, dos quais sete anos foram de congelamento. Para 2024, o governo nos propôs reajuste salarial ZERO, o que acarretará mais perdas . Nosso plano de carreira está defasado, sem mudanças importantes há quase vinte anos.


Só há dinheiro para os bancos?


Mas a greve não é somente sobre o nosso salário e a nossa carreira. Ela também é uma luta pela recomposição orçamentária das universidades e demais serviços públicos. As universidades sofreram uma nova redução de 310 milhões no orçamento para 2024. Em 2023, o governo federal promoveu um bloqueio orçamentário de R$ 1,5 bilhão, dos quais foram bloqueados R$ 452 milhões da Saúde e R$ 333 milhões da Educação. Enquanto isso, os juros e amortizações da dívida pública para abastecer os banqueiros consomem quase metade das despesas públicas (mais de 2,4 trilhões). Evidentemente que esses cortes e a farra dos banqueiros com dinheiro público resulta em hospitais que não atendem a população com a devida eficiência.


O Antonio Pedro deixou de pertencer à UFF?


Há oito anos o Antonio Pedro teve sua gestão desvinculada da UFF e entregue à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). O resultado dessa medida é o pior possível. Sob o comando da EBSERH, os acidentes de trabalho e o adoecimento de trabalhadores se acumulam no HUAP. Há inúmeros casos de servidores que tiveram atendimento de emergência negado, mesmo quando se acidentavam ou se sentiam mal durante o trabalho. A degradação dos equipamentos e instalações se aprofunda. Já houve acidentes de alto risco, tais como um incêndio no Banco de Leite e a queda de um elevador, dentre outros incidentes. Muitos dos insumos são de baixa qualidade, despadronizados ou inadequados ao serviço e há escassez de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).


Ao longo desses oito anos de cessão, a EBSERH descumpriu diversas cláusulas previstas em contrato, fato reconhecido documentalmente pela própria gestão da UFF. Se por um lado a EBSERH não faz as contratações necessárias previstas para garantir o funcionamento do HUAP, por outro mais de 400 vagas de servidores decorrentes de aposentadorias não foram devidamente repostas por concurso público no Antonio Pedro. A EBSERH exerce uma gestão distante da comunidade acadêmica e sem representatividade política, na condição de interventora num aparelho da universidade. Foram oito anos nos quais se intensificaram a falta de condições de trabalho e precariedade dos serviços.


Ou a gente luta ou o Antonio Pedro acaba


Sabemos que a greve causa transtornos, mas é o instrumento que temos para defender nossos direitos e os serviços públicos, pois ou a gente luta ou o hospital universitário acaba. Em respeito ao direito de greve, os serviços essenciais, portanto inadiáveis, seguem mantidos, em sistema de revezamento entre os trabalhadores em greve.

Pedimos o apoio da população à nossa greve, por mais verbas para universidades e hospitais universitários, para que a gestão do HUAP seja devolvida para a UFF, por concurso público e por valorização salarial e da carreira dos trabalhadores.


Cordialmente,


Comando Local de Greve do SINTUFF



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