A Cedae interrompeu nesta quarta-feira (3) o abastecimento de água tratada para as cidades de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, em parte do município de Maricá e na Ilha de Paquetá. A empresa, recentemente privatizada pelo Governo do Estado, alega, em nota, que interrompeu a operação no sistema Imunana-Laranjal "em razão de alteração da qualidade da água bruta (ainda não tratada) no manancial de captação". Não há previsão para o retorno do fornecimento.
Um produto químico conhecido como tolueno, utilizado em solventes, colas, detergentes, medicamentos e combustíveis, foi encontrado nas águas. A Cedae e o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) afirmam “que não há risco de a substância chegar às residências, porque a captação só será retomada quando a água estiver totalmente adequada para consumo humano".
SINTUFF interrompe expediente, a UFF deveria fazer o mesmo
Diante dos inúmeros transtornos causados pelo desabastecimento, o SINTUFF decidiu interromper o funcionamento de sua sede nesta quinta-feira (4), a partir do meio-dia, de forma a evitar que o ambiente de trabalho e acolhimento da categoria se torne insalubre. No entendimento do sindicato, a crise de abastecimento na região torna inviável que a universidade mantenha suas atividades regulares na data de hoje, com milhares de estudantes nos campi. Cobramos que a reitoria adote como medida a interrupção das aulas enquanto não for reestabelecido o fornecimento de água em Niterói.
Os reflexos da privatização
Há poucos meses, a mesma região sofreu com uma grave crise de abastecimento de energia, sob responsabilidade da multinacional italiana Enel. Não é casual a sequência de graves crises ocasionadas na distribuição de serviços essenciais à vida, sob gerência de empresas privadas. Jamais serviços de alta prioridade para a sociedade como água, luz e transporte deveriam estar entregues à busca incessante do lucro por empresas privadas.
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