De norte a sul dos EUA, estudantes enfrentam repressão e avançam nas mobilizações pró-Palestina
Por CSP-Conlutas
A maior manifestação estudantil desde os protestos contra a Guerra do Vietnã (1959 – 1975). É assim que muitos meios de comunicação norte-americanos têm classificado o levante protagonizado pela juventude nas universidades e colégios com protestos e acampamentos defendendo a causa palestina.
De Massachusetts ao Texas, da Geórgia à Califórnia, as manifestações se multiplicam à medida que a repressão e a violência das autoridades aumentam. Desde o início dos atos, até 900 pessoas já foram presas.
Estudantes também têm recebido punições das entidades de ensino, como suspensões que os impedem de permanecer no campus. Em muitos estados a polícia tem sido acionada para desmontar os acampamentos à força.
No entanto, nada parece abalar os jovens. Na Universidade de Colúmbia, em Nova York, os estudantes queimaram as advertências recebidas e ocuparam, na madrugada desta terça-feira (30), um dos principais prédios da instituição e o renomearam “Hind Hill”, em homenagem a menina palestina de apenas 6 anos assassinada por soldados de Israel.
Além do cessar-fogo imediato em Gaza, onde quase 35 mil palestinos já foram assassinados, os protestos também exigem o fim das relações econômicas que as Universidades possuem com Israel. Eles também são contrários à ajuda financeira que o governo americano fornece à ocupação sionista.
Protestos são antissemitas?
Na tentativa de desmobilizar os protestos, apoiadores de Israel afirmam que os atos são antissemitas ou contra o povo judeu. No entanto, o que eles não dizem é que há centenas de judeus acampados por todos os EUA e deixando claro que o alvo das denúncias são os crimes cometidos pelo Estado de Israel.
Até Benjamin Netanyahu, primeiro ministro israelense, apostou nesta ladainha para condenar os jovens americanos: “O que está ocorrendo nos EUA é horrível. Protestos antissemitas, ataques aos judeus”, afirmou o político responsável pela carnificina que já matou mais de 17 mil crianças em Gaza.
Apesar da tentativa, desde o início de abril as mobilizações só cresceram. Ao todo, 20 campis recebem atos e acampamentos, em 16 estados. O apoio à luta dos estudantes já ocorre em outros países. Manifestações de solidariedade foram realizadas em Sorbonne, a principal universidade de Paris, na França.
Também em Gaza, no campo de refugiados de Shaboura, foram confeccionados diversos cartazes em apoio à luta travada nos EUA. Em vídeos que circulam na internet os palestinos enviam a mensagem: “Obrigado estudantes. Seu apoio chegou até nós”.
Verdadeira ameaça
Enquanto as tratativas para um novo cessar-fogo avançam no Egito, Benjamin Netanyahu deu mostras novamente de que ele e a política genocida de Israel são as verdadeiras ameaças à região.
O líder sionista afirmou nesta terça que irá comandar a invasão à idade de Rafah com ou sem cessar-fogo. Atualmente, o local abriga 1.4 milhão de palestinos e por isso, autoridades em todo o mundo tem alertado para um banho de sangue sem precedentes em Gaza.
O SINTUFF, em Assembleia, aprovou moção de apoio às mobilizações estudantis pró-Palestina nos EUA.
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