O FONASEFE, representando as direções das entidades nacionais, concentrou esforços para elaborar uma contraproposta frente à posição do governo no final do ano passado, de reajuste zero em 2024. Essa iniciativa resultou em um passo atrás nas exigências das categorias do serviço público, com a apresentação de reajustes menores: 10,32% em 2024, 10,32% em 2025 e 10,32% em 2026, além da equiparação do vale-alimentação.
Embora ajustes nas reivindicações sejam habituais em campanhas salariais, a coordenação do SINTUFF discordou da abordagem do FONASEFE, considerando equivocada a decisão de iniciar o ano elaborando uma contraproposta. O SINTUFF entende que essa iniciativa atrasa a mobilização da categoria e gera expectativas em uma mesa de negociação sem data agendada. Adicionalmente, o governo, por meio de nota pública, afirmou de forma enfática que a proposta apresentada no final de 2023 representava sua posição final. Diante da postura inflexível do governo, as categorias precisam enxergar como prioridade a mobilização dos servidores e a defesa de uma greve unificada, em vez de um recuo precipitado em relação à proposta original.
As Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Orçamentária Anual (LOA), sancionadas pelo governo Lula, não destinam recursos para reajuste salarial em 2024 e oferecem valores escassos para o desenvolvimento das carreiras. A rápida apresentação de uma contraproposta pelo FONASEFE favorece a estratégia de procrastinação do governo, que ganha tempo para marcar uma nova reunião em uma data distante, enquanto a construção da greve é adiada.
A mobilização e a organização da greve unificada têm o real poder de pressionar o governo a uma negociação de verdade. Nesse sentido, a pauta original deveria ser mantida, sem recuos. Qualquer ajuste na proposta deveria transcorrer conjuntamente (e não previamente) ao processo de mobilização em curso.
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