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Foto do escritorSINTUFF

Escalada de violência contra a mulher cresce enquanto orçamento para as mulheres diminui


“O casal de turistas Fernanda e Vicente estava acampado no distrito de Dumka, na Índia, quando foi atacado por um grupo de pelo menos sete homens. A brasileira foi vítima de um estupro coletivo, enquanto o marido era agredido”. (O Globo)

“O jogador de futebol Daniel Alves foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão por ter agredido sexualmente uma mulher na boate Sutton, em Barcelona, no final de 2022”. (ESPN Brasil)


“A atriz venezuelana Julieta Hernández, de 38 anos, viajava o Brasil de bicicleta quando foi estuprada e morta”. (G1)


“Ana Caroline era uma trabalhadora de 21 anos, lésbica, negra, que foi sequestrada quando saía do trabalho em 10 de dezembro de 2023. Seu corpo foi encontrado com sinais de tortura e mutilações”. (Brasil de Fato)


“Em setembro, um caso brutal chocou o município de São Jorge, com 2,9 mil habitantes, na serra gaúcha. Uma mulher de 36 anos e os pais dela, já idosos, foram assassinados a tiros pelo ex-marido da vítima”. (GZH)


“Feminicídios no RS deixaram 82 crianças e adolescentes órfãos em 2023”. (GZH)


“O ex-jogador Robinho recebeu em, dezembro de 2020, a pena de nove anos de prisão por violência sexual contra uma jovem de origem albanesa, em 2013. Em 2022, Robinho foi sentenciado em última instância pela Justiça italiana a nove anos de prisão, mas segue em liberdade no Brasil.” (CNN Brasil)


“Na Semana da Mulher, Athletico contrata Cuca. Com julgamento por estupro coletivo anulado, clube desafia a opinião pública.“ (R7 Esportes)


“Drogaria Pacheco vai à Justiça contra igualdade de salários entre homens e mulheres e obtém permissão da Justiça Federal no Rio de Janeiro para não enviar informações ao governo federal sobre campanhas de igualdade salarial e promoção interna dos funcionários”. (DCM)


“Mais de 25 mil mulheres e crianças palestinas morreram na ofensiva militar de Israel em Gaza. O número total de mortos ultrapassou a marca de 30 mil, 70% das vítimas seriam mulheres e crianças.” (Estadão)


“Vereadores derrubam projeto de Marielle que apoiaria mulheres em caso de aborto legal.” (Carta Capital)


“O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, congelou os investimentos de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher em 2024. Dinheiro foi congelado apesar do aumento de estupros e feminicídios em 2023.” (Uol Notícias)


“Ministérios do Meio Ambiente e das Mulheres perdem recursos no orçamento de 2024, diz estudo. De acordo com o levantamento do Inesc, os recursos propostos para o Ministério das Mulheres em 2024 somam R$ 89,5 milhões, em comparação com o orçamento revisado deste ano, por meio da PEC da transição, de R$ 120 milhões.” (G1)


O que todas essas notícias têm em comum? Além de recentes, elas denotam que o combate público e institucional ao feminicídio e à cultura do estupro permanece muito distante de qualquer resultado minimamente aceitável. As mulheres permanecem sendo vítimas das mais sórdidas e bárbaras violências machistas. E o poder público continua sendo conivente com essas práticas. Os poderes, amplamente controlados por homens brancos, reduzem recursos públicos do combate à violência contra a mulher, assassinos, estupradores, assediadores e empresas muitas vezes são agraciados com a impunidade judicial, assim como legislações de amparo à mulher são vetadas por legislativos compostos e controlados majoritariamente pela figura masculina. A extrema-direita bolsonarista e golpista permanece mobilizada, em postos de governo, parlamentos e nas ruas, com apoio empresarial, de governos estaduais e prefeituras, pregando posições ultraconservadoras, machistas e misóginas, que empoderam a violência contra a mulher.


Os programas de ajuste econômico adotados pelos governos em resposta à crise econômica global têm um impacto desproporcionalmente prejudicial sobre as mulheres. Os cortes de gastos públicos geralmente afetam primeiramente as pastas do Estado relacionadas às questões de gênero. Reduzir os orçamentos destinados a serviços sociais, saúde ou educação é uma forma de violência de gênero. As mulheres são as mais afetadas pela instabilidade no mercado de trabalho, ocupando predominantemente empregos mal remunerados, recebendo menos pelo mesmo serviço e sendo frequentemente as primeiras a serem demitidas. Neste Dia Internacional da Mulher, é crucial que ocupemos as ruas para resistir aos ataques contra as conquistas das mulheres, defender direitos e combater a violência de gênero.


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