Milhões de trabalhadores argentinos cruzaram os braços na Greve Geral do dia 24 de janeiro contra a Lei Omnibus e Decreto Nacional de Urgência (DNU), do presidente ultradireitista Javier Milei. A medida provisória do novo governo promove modificações na economia e retira direitos trabalhistas. Centenas de milhares mobilizaram-se nas principais cidades de todo o país sob o lema “O país não está à venda. Foi uma manifestação contundente da rejeição da classe trabalhadora ao pacote de ajuste fiscal e repressão de Milei, apelidado “plano da motosserra”.
Centenas de milhares de pessoas mobilizaram-se na Plaza Congreso, em Buenos Aires, e em grandes eventos em outras cidades como Córdoba, Rosário, Neuquén e Bariloche.
No evento central na capital argentina, uma verdadeira onda humana tomou conta da Plaza Congreso, das principais avenidas buenairenses e das ruas vizinhas. Havia colunas importantes de sindicatos, de organizações políticas, assim como a presença espontânea de milhares de pessoas da área da cultura, do desporto, dos movimentos de direitos humanos, da defesa ambiental, dos movimentos de mulheres e dissidências, das assembleias de bairro e subúrbios. Professores, trabalhadores de universidades e estudantes também marcaram presença.
A greve contou com significativa solidariedade internacional de confederações trabalhistas, partidos de esquerda e comunidades no exterior, que promoveram manifestações em frente a embaixadas e consulados argentinos em dezenas de cidades.
A greve e a mobilização foram uma resposta contundente aos ataques impulsionados pelo governo de extrema-direita de Milei, que está a pulverizar salários, pensões, planos sociais e todos os tipos de rendimentos populares. Através da desvalorização e da inflação galopante promovidas pelo governo argentino, fortunas em dólares estão sendo retiradas da população pobre e trabalhadora para serem destinados às grandes empresas, aos banqueiros e ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
DNU e à Lei Omnibus são medidas impulsionadas pelo recém-empossado governo argentino para liquidar mais de um século de conquistas, direitos sociais e democráticos da classe trabalhadora ativa e aposentada. Medidas essas que aprofundam o saque mais absoluto da riqueza do país e incidem na privatização de todas as empresas públicas do país.
O protocolo "anti-piquete" do governo Milei, que buscava impedir e enfraquecer as manifestações, com medidas absurdas como restringir manifestantes ao espaço das calçadas, foi superado com uma massiva resposta popular. A multidão, a perder de vista, transbordava em ruas e avenidas de Buenos Aires. Não havia calçada que comportasse sequer uma pequena fatia do mar de pessoas. Foi, sem dúvida, uma vitória contra o protocolo repressivo do governo.
SINTUFF participa de ato no Rio em solidariedade
O SINTUFF esteve presente no ato em solidariedade à Greve Geral, em frente ao consulado da Argentina no Rio de Janeiro. Em sua fala representando o sindicato, o coordenador Wagner Peres Braga manifestou seu apoio irrestrito às mobilizações da classe trabalhadora argentina.
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