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  • Foto do escritorSINTUFF

Ministro Rui Costa, quem precisa de “fungada no cangote” é o governo

Numa declaração de teor assediador, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou na segunda-feira (11) que o funcionalismo público tende a ter “inércia grande” e precisa de uma “fungada no cangote” para ser mais eficiente. Segundo o ministro, a população necessita dos serviços “para hoje” e o presidente Lula “sabe como cobrar” os servidores públicos.


O discurso do ministro é gravemente desrespeitoso com as categorias do serviço público e tenta transferir aos servidores a culpabilidade pelas mazelas geradas por contínuos contingenciamentos de recursos das diversas áreas públicas, impulsionados pelos diversos governos. Mais que isso, o ministro atua para difamar a imagem dos servidores perante a população coincidentemente num momento conflituoso entre as categorias e o governo, devido à questão salarial.


Rui Costa defende que “quem é prefeito, governador, presidente da República tem que pisar no calcanhar, fungar no cangote para as coisas andarem”. Esta declaração, abjeta e absurda, surge num contexto que o governo federal oferece zero de recomposição salarial para 2024 e para os próximos anos percentuais que somados não recuperam nem mesmo um quinto das perdas acumuladas, assim como não propõe nada para as carreiras e ainda bloqueia recursos da saúde, educação e outras áreas sociais. Com essa fala, Rui Costa termina por fazer coro com a Reforma Administrativa que Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, busca impulsionar no Congresso Nacional.


Em um cenário como esse, quem merece uma “fungada no cangote” é o governo, principalmente o ministro Rui Costa, que ocupa uma função estratégica no poder executivo e não consegue produzir respostas efetivas para as demandas dos serviços públicos. Em vez de hostilizar publicamente os servidores, o ministro deveria investir seu tempo em elaborar políticas que assegurem mais verbas e recursos humanos para as áreas públicas, mais concursos para reposição de pessoal e menos sucateamento de hospitais, universidades, escolas e outras instituições públicas, de forma a melhor atender a população.


As categorias do serviço público, com mais de 50% de perdas inflacionárias em suas remunerações, laborando em precárias e insalubres condições de trabalho, longe de serem os “culpados”, são definitivamente aquelas que carregam nas costas os serviços tão sucateados pelos governos.


Nesse sentido repudiamos a fala do ministro Rui Costa e exigimos imediata retratação por parte do Governo Lula.



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