O viés machista e opressor de Bolsonaro ficou mais uma vez escancarado em sua fala de cunho pedófilo em relação a meninas venezuelas, na faixa de 14 e 15 anos. “Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, no sábado, numa comunidade, e vi que eram parecidas. Pintou um clima, voltei, ‘posso entrar na sua casa?’, entrei. Tinha umas 15, 20 meninas sábado de manhã se arrumando. Todas venezuelanas. Aí eu te pergunto, menina bonitinha se arrumando sábado de manhã para quê? Para ganhar a vida. É isso que você quer para a sua filha?”. Assim afirmou o presidente da República, sem nenhum constrangimento em sugerir um flerte seu, um homem de 67 anos, com menores de idade e em alimentar, sem qualquer prova, que as meninas estariam se prostituindo.
No intuito de abafar o caso, Bolsonaro escalou a primeira-dama Michelle e a ex-ministra Damares Alves para tentar persuadir as mulheres a participarem de seu programa eleitoral. O plano era convencer as venezuelanas a declarar que tudo não passava de um mal entendido e o caso estaria encerrado. Entretanto, as mulheres se recusaram a desempenhar essa farsa. Na tentativa de reverter o quadro, divulgou um vídeo constrangedor ao lado da primeira-dama, que não conseguia disfarçar seu desconforto, e tentou culpabilizar terceiros por supostamente “distorcer” suas palavras, sobre uma declaração onde não houve qualquer corte, edição ou retirada de contexto.
O mais grave é que se realmente existisse um caso de prostituição de menores envolvendo estas adolescentes, haveria da parte do presidente da República um gravíssimo crime de omissão perante uma situação tão aguda. A situação que o presidente presenciou nada mais era que uma ação social. A mente perversa e machista de Bolsonaro acredita que meninas ao vestirem roupas bonitas, colocarem maquiagem e arrumar o cabelo automaticamente só poderiam estar fazendo aquilo para se prostituir. É a lógica da cultura do estupro que justifica o crime até mesmo pela roupa que as mulheres utilizam.
Bolsonaro é o candidato de feminicidas, abusadores e estupradores famosos
Bolsonaro é inimigo das mulheres e de suas pautas. Não por acaso o atual presidente recebe o apoio declarado de condenados por estupro, como o ex-jogador Robinho, e feminicidas, como o ex-goleiro Bruno e Guilherme de Pádua. Machistas criminosos como esses encontram em Bolsonaro e sua política sexista amparo para suas práticas repugnantes.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2021) aponta que houve aumento das diversas práticas de violência contra o gênero feminino. O governo federal da extrema-direita cortou 90% do orçamento direcionado ao combate à violência contra a mulher. O pouco que sobrou foi amplamente destinado a gastos com serviços de telefonia e praticamente nada ao real amparo às mulheres vítimas de agressões. Para o orçamento de 2023, o corte previsto é de 99%.
As mulheres são as mais atingidas pelo desemprego, pelo arrocho salarial e pela retirada de direitos. Num governo como este, os ataques contra as mulheres só se aprofundam. Contra o machismo, a cultura do estupro, os feminicídios e a violência contra a mulher é necessário dar um basta a esse governo, derrotando Bolsonaro nas urnas, colocando as mulheres nas ruas, como na campanha do #EleNão, e com o voto no 13 nesse segundo turno.
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