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Precarização no HUAP escancara a face do modelo de gestão da EBSERH

Foto do escritor: SINTUFFSINTUFF

Atualizado: 10 de fev.

O Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), vinculado à UFF e administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), atravessa uma crise que revela as consequências do modelo de gestão de direito privado imposto aos hospitais universitários. Problemas estruturais, falta de materiais básicos e condições insalubres de trabalho têm colocado em risco tanto a saúde de pacientes quanto a dignidade dos(as) trabalhadores(as).


Na última quinta-feira (23), veio à tona um grave problema relacionado ao sistema de climatização da unidade. Com as altas temperaturas, o ar-condicionado do hospital tornou-se incapaz de garantir o conforto necessário para atendimentos, especialmente na manipulação de medicamentos, como os quimioterápicos. Sessões de quimioterapia foram suspensas e consultas tiveram que ser realizadas com as portas abertas, em um esforço improvisado para amenizar o calor. “Os pacientes estão sendo atendidos enquanto o suor escorre, e as reclamações diárias na ouvidoria não resultam em soluções”, afirmou uma trabalhadora em relato à rádio CBN.


Wagner Peres, coordenador do SINTUFF e conselheiro universitário, denunciou a situação em fala durante a sessão do Conselho Universitário de fevereiro, realizada na quarta-feira (5). “A gente cobra da reitoria, da gestão da EBSERH, da superintendência do hospital, que imediatamente tomem atitudes concretas pra diminuir os problemas relacionado a questão do ar condicionado em diversos setores. No setor de quimioterapia, no Centro Cirúrgico, ambulatório, em vários setores há problemas de falta de refirgeração adequada. Além disso, o ‘padrão EBSERH de qualidade’ apresenta falta de materiais básicos para o atendimento e a proteção dos servidores”.


A precarização, no entanto, vai além do calor sufocante. Servidores(as) denunciaram ao SINTUFF a falta de insumos essenciais para o atendimento hospitalar. Entre os itens que estão em falta, destacam-se máscaras N95, gazes IV e roupas de cama, incluindo lençóis para cobrir as macas.


O modelo EBSERH: promessa de eficiência, entrega de precarização


A crise no HUAP é também um reflexo da precariedade do modelo de gestão adotado pela EBSERH, que assumiu o controle dos hospitais universitários sob a justificativa de trazer eficiência administrativa e financeira. No entanto, a realidade tem mostrado o oposto: a lógica empresarial aplicada à gestão de um serviço essencial, como a saúde pública, resulta em sucateamento, corte de recursos e desrespeito à dignidade dos(as) trabalhadores(as).


A EBSERH, ao priorizar metas gerenciais, deixa de lado a garantia de condições mínimas para o funcionamento dos hospitais. No HUAP, a falta de materiais e a deterioração da infraestrutura são evidências claras de que o modelo não atende às necessidades de um hospital universitário, que precisa conciliar assistência, ensino e pesquisa de maneira integrada.


A responsabilidade é da UFF e do governo federal


Esse cenário é de responsabilidade da reitoria da UFF e do governo federal, pois são os aplicadores desse modelo de gestão mercantilista. É inaceitável que um hospital de tamanha relevância para a população de Niterói e da região metropolitana do Rio de Janeiro esteja operando em condições tão precárias.


A gestão da saúde pública não pode estar submetida à lógica empresarial. O SUS é um direito constitucional, e os hospitais universitários devem ser tratados como parte estratégica do sistema, com financiamento adequado e gestão voltada para a excelência no atendimento e na formação de profissionais.


O SINTUFF segue levantando a bandeira contra a precarização do HUAP e pela revogação do contrato com a EBSERH. Trabalhadores(as) e usuários(as) não podem continuar pagando o preço da ineficiência de um modelo de gestão que coloca o lucro e os cortes acima das vidas humanas. A luta por condições dignas no HUAP é a luta em defesa da universidade pública, do SUS e da saúde pública para todos(as).

 

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