O SINTUFF construiu um documento questionando as inconsistências e incoerências do cálculo adotado pela reitoria para a precificação do valor do bandejão a servidores(as) e terceirizados(as). O argumento da reitoria em cobrar R$ 14,50 o valor da refeição, para evitar que a refeição dos(as) trabalhadores(as) configure subsídio, não se sustenta dentro dos princípios da razoabilidade, economicidade e conforme conceitos básicos de administração.
Análise Crítica do Cálculo da Reitoria sobre o preço do bandejão para servidores(as) e terceirizados(as)
Método de Cálculo Inadequado e Impreciso: A reitoria usou um método inadequado ao justificar o valor de R$ 14,50 por refeição. Eles somaram todos os custos, tanto fixos quanto variáveis, e dividiram pelo total de refeições servidas. Essa abordagem não distingue corretamente entre os diferentes tipos de despesas e leva a uma supervalorização do preço final. A falta de uma análise mais cuidadosa compromete a precisão do valor cobrado.
Diferença entre Custos Fixos e Variáveis: Custos fixos, como os salários de nutricionistas e despesas de manutenção, ficam inalterados ou tem alterações insignificantes com mudanças irrisórias no número de refeições servidas. Como o público de técnico-administrativos(as), docentes e terceirizados(as) representa menos de 3%, o impacto na estrutura de custos é irrelevante. A metodologia da reitoria falha ao tratar essa pequena variação como se justificasse um aumento expressivo no preço.
Pequeno Impacto dos Técnicos e Docentes: A inclusão ou exclusão desse grupo representa apenas 2,59% do público total. Portanto, não há uma relação proporcional entre a variação desse público e os custos adicionais, ao contrário do que sugere o cálculo da reitoria.
Reavaliação dos Custos Fixos
Mudanças Insignificantes nos Custos Fixos: Embora os custos fixos, como os relacionados a infraestrutura e pessoal, possam variar com mudanças significativas no número de usuários, essa flutuação é irrisória quando a variação é inferior a 3%. Assim, a operação do restaurante permanece praticamente inalterada com a presença desse público, o que significa que o impacto sobre os custos é quase nulo.
Estabilidade nos Custos de Pessoal: Os custos relacionados à equipe, como salários e encargos de servidores(as) nutricionistas e funcionários(as) terceirizados(as), não mudam com pequenas variações no número de refeições. A presença de técnico-administrativos(as), docentes e terceirizados(as) não exige novas contratações nem grandes mudanças na operação do restaurante, reafirmando que esses custos são essencialmente constantes.
Análise dos Custos Variáveis e Economias de Escala
Desconsideração das Economias de Escala: A reitoria não levou em conta que, em geral, o aumento na produção tende a reduzir o custo médio por refeição. A inclusão de técnico-administrativos(as), docentes e terceirizados(as) no total de refeições não gera um aumento significativo nos custos variáveis, pois representam uma fração muito pequena. Portanto, essa variação não altera a demanda por insumos de maneira significativa.
Cálculo Inadequado dos Custos Variáveis: A metodologia usada parece supor que cada pessoa a mais consome uma proporção exata de insumos. No entanto, em operações de grande porte como o restaurante universitário, as compras são feitas em volumes que acomodam pequenas variações sem que seja necessário aumentar a quantidade de insumos. A inclusão de um grupo tão pequeno não justifica um ajuste significativo nos gastos com alimentos ou materiais.
Proposta de Solução Baseada em Princípios de Gestão
Precificação Mais Justa e Técnica: A reitoria deveria utilizar uma abordagem que separe corretamente os custos fixos dos variáveis e leve em consideração as economias de escala. A presença de técnico-administrativos(as), docentes e terceirizados(as) não deveria resultar em um aumento exagerado no preço, já que não causam alterações significativas nos custos totais.
Transparência e participação democrática: A falta de uma base de dados pública e de processos participativos para a definição dos valores das refeições prejudica a governança democrática. A reitoria deveria apresentar os dados de forma transparente, permitindo que todos os interessados participem da formulação de um cálculo mais justo e realista.
Cálculo Baseado em Custos Reais: Por fim, o preço da refeição deve ser baseado na variação real dos custos que resulta da inclusão de técnico-administrativos(as), docentes e terceirizados(as), em vez de uma divisão mecânica dos custos totais. Essa abordagem, que se fundamenta em princípios de contabilidade gerencial, permite uma identificação mais precisa dos custos que realmente aumentam com a inclusão desse público. Os custos fixos, por sua natureza, não são significativamente afetados por pequenas mudanças no número de usuários, tornando incorreta a aplicação de um cálculo linear e uniforme para a definição do preço. Assim, a metodologia deve focar na análise dos custos que realmente variam, promovendo uma precificação mais justa e tecnicamente embasada.
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