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Reitoria ignora problema crônico de fungos no Instituto de Biologia

Foto do escritor: SINTUFFSINTUFF

Atualizado: 10 de fev.

A comunidade acadêmica do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense enfrenta, há anos, um grave problema de saúde pública: a infestação de fungos no prédio onde trabalham servidores(as), docentes, estudantes e trabalhadores(as) terceirizados(as). Apesar das inúmeras denúncias e reivindicações promovidas pelo SINTUFF e pela ADUFF, a reitoria da universidade segue negligenciando o problema, expondo todos(as) a riscos sanitários inaceitáveis.


Desde a retomada das atividades presenciais, no pós-pandemia, constatou-se um ambiente completamente insalubre, com fungos espalhados por tetos, paredes, equipamentos e materiais laboratoriais. A contaminação, que já causou a perda de aparelhos de alto custo, como microscópios e espectrofotômetros, também tem impactos diretos na saúde de quem circula no edifício. Casos de adoecimento já foram registrados, e o risco de agravamento da situação é iminente.


Bernarda Thailania, conselheira universitária e coordenadora do SINTUFF, fez um relato da situação no Conselho Universitário de fevereiro, na quarta-feira (5). “Nós temos um prédio que está todo ele com problemas na questão do ar condicionado. Após o recesso, encontramos equipamentos, cadeiras, mochilas, totalmente consumidos pelo fungo. Um fungo que é altamente alergêncio, que causa mal a nossa saúde. Nós temos servidores com problemas respiratórios que são agravados pela situação atual do prédio. Nós temos servidores que não tinham nenhum problema de saúde e passaram a ter. Por estar ali no seu local de trabalho, acabaram adoecendo”.


Inércia da reitoria e exposição ao perigo


Apesar de laudos técnicos e ofícios emitidos desde 2022 por docentes especializadas na área, a reitoria da UFF não tomou as medidas emergenciais necessárias para solucionar o problema. O sistema de ar condicionado, cuja estrutura favorece a dispersão de esporos, segue sem manutenção adequada. As poucas ações implementadas, como pintura parcial de laboratórios e limpeza pontual do sistema de refrigeração, não surtiram efeito. Além disso, a administração universitária não apresenta qualquer previsão para uma solução definitiva, alegando restrições orçamentárias.


Cabe ressaltar que, segundo análise recente, o prédio ainda abriga quatro espécies diferentes de fungos, incluindo o Aspergillus flavus, classificado como de risco classe 2 para a saúde humana e animal. Tal negligência pode configurar crime, uma vez que a inação da reitoria se enquadra no artigo 132 do Código Penal, que trata da exposição de pessoas a risco direto e iminente para a saúde.


Diante do descaso da reitoria, o SINTUFF e a ADUFF recorreram ao Ministério Público Federal (MPF), solicitando que a universidade seja compelida a adotar medidas emergenciais para garantir um ambiente seguro para todos(as). As entidades exigem que a pintura antifúngica seja feita em toda a extensão do prédio, cobrindo corredores e laboratórios afetados. Além disso, é fundamental aumentar as aberturas de escape de umidade nas unidades de tratamento de ar, instalar cortinas de vento na entrada principal para impedir a proliferação de esporos, melhorar a ventilação dos banheiros com exaustores e reforçar a refrigeração do prédio com a instalação de novos sistemas de ar condicionado, incluindo splits de alta capacidade nos pontos estratégicos.


A UFF dispõe da Superintendência de Operações e Manutenção (SOMA), responsável pela infraestrutura da universidade, com recursos e pessoal qualificado para realizar tais intervenções. Não há justificativa plausível para a continuidade dessa omissão irresponsável.


Basta de negligência


Na sessão do Conselho Universitário (CUV), no dia 5 de fevereiro, foi lida, pelo conselheiro Marcelo Salabert Gonzalez, uma carta manifesto a respeito deste quadro, elaborada em assembleia docente no Instituto de Biologia, em 3 de dezembro de 2024, e aprovada pelo colegiado da unidade, em 22 de janeiro do presente ano.


O SINTUFF se soma à comunidade do Instituto de Biologia e reafirma o compromisso na luta por condições dignas de trabalho e estudo na universidade. Não é aceitável que ocorram novos adoecimentos devido à negligência da administração superior. Se a reitoria persistir na omissão, será necessário que as entidades representativas e a comunidade universitária se mobilizem em resposta, pelos meios políticos, administrativos e também legais.


A saúde e a segurança de todos(as) devem ser prioridade. A universidade existe para garantir ensino, pesquisa e extensão de qualidade, o que passa, necessariamente, por um ambiente saudável para servidores(as), docentes, estudantes e terceirizados(as).


Infestação de fungos atinge Instituto de Biologia
Infestação de fungos atinge Instituto de Biologia

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R. Des. Geraldo Tolêdo, 29 - São Domingos 

Niterói - RJ

CEP: 24210-380

E-mail:

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