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Reitoria tenta impor calendário de forma autoritária

Atualizado: 15 de jul. de 2020


Sem nenhum debate com a comunidade acadêmica ou decisão dos conselhos superiores sobre o tema, a Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD) enviou ofício a diretores, coordenadores e chefes de departamentos informando prazo de dois dias para sugestões pontuais sobre os calendários escolar e administrativo. A ADUFF solicitou que essa consulta fosse suspensa. Circula nas redes o calendário proposto pela PROGRAD. Clique aqui para ver.

De forma autoritária e unilateral, o reitor tem impedido continuamente o Conselho Universitário (CUV), instância máxima de decisão da universidade, de deliberar qualquer resolução sobre o funcionamento da UFF durante a pandemia. Para tanto, o reitor Antonio Claudio da Nóbrega e seus colaboradores nas câmaras especializadas dos conselhos têm obstruído o imprescindível debate sobre a pandemia no CUV com uma enxurrada de pautas burocráticas de menor relevância.

Dessa forma, temas centrais como calendário acadêmico, ensino remoto, trabalho remoto, adicional de insalubridade, benefícios dos servidores e Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP) inexistem efetivamente na pauta do CUV, apesar dos constantes apelos de diversos conselheiros. Enquanto o reitor encontra tempo para lives promocionais do candidato de situação à Prefeitura de Niterói, entre outras lives para sua autopromoção, não se propõe a nenhuma reunião de negociação e diálogo sobre os assuntos que envolvem os três segmentos, apenas cedendo pontualmente quando há forte reação das categorias ou da opinião pública.

Tem sido prática recorrente do reitor Antonio Claudio a falta de transparência na condução da universidade durante a pandemia, sempre costurando as políticas de gestão da universidade na surdina, a portas fechadas e atropelando as instâncias democráticas de decisão da UFF.

Ameaça de retorno ao trabalho presencial

Apesar de vigorar norma geral da universidade instituindo o trabalho remoto, servidores técnico-administrativos já relatam assédios de chefias – que utilizam meios não oficiais – no sentido da retomada do trabalho presencial. Possivelmente, esses casos refletem os debates feitos nos bastidores pelas cúpulas, discussões promovidas às sombras e sem o conhecimento da comunidade universitária, que acabam transparecendo no comportamento dos gestores.

Com a política da reitoria em retomar o calendário acadêmico a toque de caixa, surgem pressões pela reabertura de bibliotecas e laboratórios. Já há debates avançados em campi do interior sobre reabertura das unidades. No HUAP, com surtos frequentes de contaminação por Covid-19 e vários óbitos, já corre pelos corredores supostas datas para retorno à “normalidade”, com ponto biométrico e volta dos servidores dos grupos de risco.

Em Niterói, o reitor Antonio Claudio chefia a equipe cientifica que, para ceder à chantagem de empresários, legitima a desastrosa política de flexibilização do isolamento social promovida pelo prefeito Rodrigo Neves. O resultado é a continuidade do pico da pandemia e consequente aumento do número de infectados e óbitos na cidade. Não será surpresa que a reitoria avance em uma flexibilização do isolamento social direcionada aos técnico-administrativos, especialmente a partir da divulgação de propostas de calendário acadêmico e escolar em meio à crise sanitária. Para debater essa ameaça o SINTUFF convocou uma Assembleia Virtual, para a próxima quinta-feira (16/7), 15 horas.


Link para a Assembleia: https://meet.google.com/wzg-qakx-ces

SINTUFF é contra o ensino remoto

O SINTUFF adotou posição aprovada em Assembleia contrária à participação em qualquer espaço institucional que legitime o ensino remoto, por entender que esse modelo de ensino é precário e que a reitoria pretendia estendê-lo para toda a universidade, e não apenas para concluintes, algo que se confirmou. A pressa em retomar as aulas aparenta ser parte de um projeto maior que visa legitimar essa prática de ensino precarizado para o futuro, agora empregado sob o pretexto da pandemia. O calendário da PROGRAD foi elaborado sem ampla discussão e com medidas questionáveis, como a falta de períodos de ajustes, a ausência de um debate mais específico sobre os cursos presenciais que necessitam de laboratórios e pesquisas de campo, entre outros pontos.

Para impor o ensino remoto a toque de caixa, a reitoria criou bolsas emergenciais e de auxílio para o acesso à internet com valores insuficientes e em número reduzido, dado o número de estudantes. Os problemas envolvidos são mais complexos que apenas o acesso à internet. A universidade tem em sua composição estudantes mães, estudantes com deficiência, estudantes de periferias, de locais onde o serviço de internet não chega, estudantes que não possuem cômodos apropriados para o estudo em casa, entre outras adversidades semelhantes às que encontram técnico-administrativos e docentes para execução do trabalho remoto. Além disso, o ensino remoto está sendo imposto de forma obscura, sem qualquer base pedagógica e sem que o quadro de pessoal esteja preparado para implantá-lo, o que faz avançar a passos largos a precarização do ensino.

O SINTUFF se soma à ADUFF na solicitação para que seja imediatamente suspensa a consulta às direções de unidade, coordenações e chefias de departamentos acerca do calendário acadêmico. Reivindicamos que o debate sobre funcionamento da universidade seja feito de forma ampla, democrática e através do Conselho Universitário (CUV), assim como por meio de audiências públicas e reuniões com as entidades representativas dos três segmentos.

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